Grupo de jovens a olhar para os telemóveis em círculo, a representar o impacto das redes sociais nos jovens

Impacto das Redes Sociais na Saúde Mental dos Jovens

03 Nov 2025

O Impacto das redes sociais na saúde mental dos jovens

Descobre como as redes sociais influenciam a saúde mental dos jovens e aprende dicas simples para tirares o melhor partido delas, sem perder o equilíbrio.

As redes sociais são tão importantes na vida dos jovens. Comunicas, partilhas, crias identidade, exploras novos interessesTornaram-se ferramentas indispensáveis! Mas, atenção: também trazem riscos que pais, educadores e jovens precisam de conhecer. Segundo o estudo da Netsonda para o jornal Observador em 2025, metade dos jovens portugueses (até aos 28 anos) gostava de passar menos tempo online!  

Curiosidade: Sabias que em Portugal, o uso de telemóveis nas escolas já está proibido até ao 2º ciclo? E que a União Europeia está a avaliar a hipótese de proibir a utilização de redes sociais a crianças? isto pode ter no teu dia a dia? 

 

A Escola Note ajuda-te a identificar perigos e cuidados a ter nas redes sociais e dá-te dicas de prevenção úteis, para que as redes sociais sejam uma forma de ligação ao mundo construtiva e não uma fonte de preocupações. 

 

 O que diz a evidência?

  • Sabias que cerca de 93% dos jovens entre os 12 e 17 anos têm pelo menos um perfil nas redes sociais? Um estudo recente feito pela Universidade de Cambridge mostra que os adolescentes com problemas de saúde mental passam quase 50 minutos a mais por dia online, comparando-se mais com outros e deixando o humor dependente de likes e comentários. Um em cada seis jovens até aos 16 anos enfrenta dificuldades emocionais como ansiedade ou depressão. 
  • Há ainda a preocupação com a possibilidade de as redes sociais serem um vício. Os psicólogos destacam que as redes sociais ativam zonas do cérebro ligadas à recompensa e ao prazer imediato. É aquela sensação positiva que sentes quando tens um like ou comentário novo, ou quando o scroll se torna infinito, porque estás à procura de mais estímulos visuais! 

👉 Sabias que o tipo de uso faz toda a diferença? 

  • Uso ativo: participares, comentares, partilhares pode ser positivo… se for autêntico e com moderação. 
  • Uso passivo: apenas fazer scroll pode aumentar comparações e insatisfação. 

 

Os impactos negativos e perigos das redes sociais  

 

Já sentiste aquele FOMO Fear Of Missing Out (medo de ficar de fora)? O acesso constante a vidas editadas nas redes sociais acentua a comparação e pode levar à auto-crítica e ansiedade. Os estímulos das redes (scroll infinito, likes, comentários) ativam o sistema de recompensa do cérebro, criando uma sensação de prazerque se evapora rápido, podendo resultar num vício de dopamina. Além disso, há o cyberbullying e a pressão estética, que impactam principalmente as raparigas. Descobre mais sobre cyberbullying aqui 👾 

 

Talvez também já tenhas sentido dificuldade em adormecer à noite, sobretudo se estiveste no telemóvel até tarde. A luz dos ecrãs e as notificações também atrapalham o sono, fazem com que não seja reparador e, tudo isto te tira a capacidade de concentração durante o dia… é aí que a escola pode começar a correr pior. 

 

Os grupos mais vulneráveis 

  • Jovens que já enfrentam isolamento social ou têm menor suporte emocional e familiar tendem a sofrer mais  
  • Adolescentes em início de puberdade ou adolescência precoce, em que as mudanças físicas e emocionais são mais intensas, podem estar em maior risco. 
  • Alguns estudos reportam que raparigas demonstram mais sintomas de baixa auto-estima, comparação, insatisfação com imagem corporal, porque a pressão estética recai mais sobre elas. 
  • Jovens com traços de perfeccionismo, baixa auto-estima, tendência para ansiedade ou depressão já instalada apresentam maior vulnerabilidade. 
  • Quanto mais jovens ou quanto mais precoce for o uso intensivo, maiores podem ser os efeitos adversos. A transição para adolescentes médios (14-17 anos) parece ser um período crítico. 

 

Sinais de alerta 

Fica atento aos seguintes sintomas: 

  • Alterações de humor frequentes: ficas irritado, triste ou ansioso de um momento para o outro e sem razão aparente? 
  • Problemas de sono: é difícil adormecer? Acordas várias vezes durante a noite e de dia sentes-te cansado? 
  • Queda no rendimento escolar: é difícil ficar concentrado por períodos de tempo de, por exemplo, 20 minutos? Para fazeres intervalos, entras nas redes sociais? 
  • Isolamento social: estás pouco tempo com os teus amigos presencialmente? Preferes interações digitais? 
  • Baixa auto-estima persistente e perceção negativa de si mesmo: comparas-te com os outros - fisicamente ou pelos objetos ou experiências que têm? Mesmo que não verbalizes, tens um sentimento negativo em relação a isso? 
  • Comportamentos compulsivos: não consegues controlar bem a forma como usas as redes? Sentes uma urgência em pegar no telemóvel (verificar notificações, de estar online)? Sentes-te ansioso se não o fizeres? 
  • Sintomas emocionais: Andas desanimado, com pensamento de inutilidade, com mudanças no apetite? 

 

Boas práticas na utilização das redes sociais e dicas de prevenção 

É possível a pais e educadores intervir ao identificar alguns destes sintomas. Falar sobre o que é o mundo digital, criando um ambiente empático para a educação digital pode ajudar os mais jovens a aceitar dicas de prevenção e boas práticas na utilização das redes sociais. 

Estabelece limites saudáveis 

  • Define um tempo máximo diário ou horário específico para as redes sociais. Este tempo depende de muita coisa, mas alguns especialistas apontam o limite das duas horas diárias. 
  • Usa uma app para controlar tempo em redes sociais ou monitorizar o tempo de ecrã; define lembretes ou bloqueios automáticos. 
  • Cria zonas ou momentos sem ecrãs: por exemplo, durante refeições ou no quarto antes de dormir. 
  • Evita o uso à noite, após um certo horário, para diminuir a perturbação do sono. 

Detox digital e uso consciente 

  • Incentiva pausas periódicas, dias sem uso ou em que se reduz intencionalmente o uso. 
  • Conversa sobre o conteúdo consumido: que páginas segues? São todas de pessoas com opiniões semelhantes? Passam mensagens positivas? 
  • Promove um uso consciente e seletivo, com menos scroll passivo e mais interações ativas e verdadeiramente recompensadoras conversas, expressão criativa, aprendizagem. 

Cultiva interações reais & hobbies fora do ecrã 

  • Programa atividades físicas, de desporto, ligadas às artes, à leitura, ou ao contacto com a natureza. 
  • Marca encontros com amigos presencialmente e reforça os laços familiares. 
  • Cria momentos de responsabilidade fora do digital (voluntariado, clubes, etc.). 

Dá apoio emocional e autoconhecimento 

  • Encontra métodos de regulação emocional: técnicas de relaxamento, estratégias para lidar com stress. 
  • Incentiva expressão de sentimentos, conversando ou até promovendo conversas com alguém de confiança ou com um profissional. 

 

O papel dos pais, educadores e profissionais 

A educação de jovens e crianças é sempre desafiante e cria naturalmente dúvidas em pais e educadores. Estas são algumas dicas que ajudam a orientar as decisões e comunicação. 

 Escuta ativa e empatia 

  • Perguntar como os jovens se sentem nas redes sociais, quais os perfis que seguem, o que gostam ou não nas experiências online. 
  • Validar sentimentos. Não minimizar a forma como se sentem com frases como isso é só internet. 

Educação digital 

  • Ensinar jovens a distinguir conteúdos editados, filtros, publicidade ou imagem idealizada versus realidade. 
  • Falar de privacidade, segurança online, consequências de comentários ou publicações. 

Controlo parental equilibrado 

  • Usar ferramentas de controlo de tempo de ecrã ou de limitação de uso de aplicações, mas sem impor regras demasiadamente castradoras para bloquear redes sociais, que podem desmotivar ou afastar. 
  • Participação efetiva: conhecer as redes que os jovens usam, seguir perfis educativos ou modelos positivos, incentivar os jovens a escolher bem. 

Recursos de apoio 

  • Encaminhar para psicólogos ou conselheiros quando surgirem sintomas persistentes de ansiedade ou depressão. 
  • Programas escolares que incluam literacia digital, bem-estar emocional e habilidades sociais. 
  • Linhas de ajuda, comunidades de suporte ou organizações que lidam com saúde mental juvenil. 
Linhas de apoio nacionais 

Linha Internet Segura  

📞800 21 90 90 

linhainternetsegura@apav.pt 

Linha da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), para apoio e esclarecimento, além de denuncia de situações abusivas. 

Linha SOS Estudante 

 

📞 915 246 060 | 969 554 545 | 239 484 020Escuta ativa e anónima para jovens e estudantes com dificuldades emocionais ou académicas. 

Linha Conversa Amiga  

📞 808 237 327 | 210 027 159 | 914 590 055[Text Wrapping Break]Apoio emocional, combate à solidão e espaço de partilha. 

Saúde 24 Linha de Aconselhamento Psicológico[Text Wrapping Break]📞 808 24 24 24 

Linha do SNS com serviço de apoio e aconselhamento psicológico 

Vantagens das redes sociais para os jovens 

Nem tudo é negativo! As redes sociais podem ser incríveis para: 

  • Ligações à distânciaPermite contactar regularmente com familiares ou amigos que estão longe, ajudando a preservar laços. 
  • Envolvimento cívicoFacilita o envolvimento em causas sociais ou políticas. 
  • Integração socialdescobrir grupos, associações e coletividades com que o jovem se poderá identificar. 
  • Divulgação de eventosAjuda a tomar conhecimento de eventos e atividades em que se envolver offline 
  • Apoio emocionalatravés de grupos online ou videochamadas com familiares e amigos. 

As redes têm muito para oferecer, mas também pedem algum cuidado. Para jovens, pais e educadores, o segredo está no equilíbrio: aproveitar o lado bom, saber quando parar, dar valor às relações cara a cara e ficar atento a pequenos sinais de alerta. Assim, o digital pode ser um espaço que ajuda e não atrapalha o teu crescimento.